top of page

Os charmes graves de Valentine Penrose #poesiaqueer por Ana Cláudia Romano Ribeiro

Atualizado: 16 de abr. de 2022


ree

Valentine Penronse por Rogi André



Valentine Penrose (1898-1978), autora bilíngue cujo nome de batismo é Valentine Bouée, nasceu na França e morreu na Inglaterra. Prosadora, poeta e colagista, ela talvez seja mais conhecida pelo romance Erzsébet Báthory, a condessa sangrenta. Valentine Penrose fez parte do grupo surrealista, com Max Ernst, Wolfgang Paalen (que foi casado com Alice Rahon), Man Ray e Rogi André (fotógrafa e artista plástica de origem húngara, nascida Rozsa Klein), e foi retratada por Roland Penrose (com quem ela foi casada até dele separar-se para viver em um ashram com a artista Alice Rahon). Paul Éluard prefaciou duas obras de Valentine, Herbe à la lune (1935) e Dons des féminines (1951). Dons des féminines é composta por 24 poemas e 27 colagens que contam, surrealisticamente, histórias de viagens e de amor entre “Maria Elona y Rubia”: Éluard louvou “os charmes graves” da obra, a “objetividade ingênua” das colagens e “a maravilha erudita da escrita”. Valentine escreveu os poemas em francês e em inglês, o que acrescenta interesse à obra, já que uma versão complementa a outra, às vezes esclarece algo ou traz outras dimensões lexicais, sonoras, imagéticas.




ree


Dons des féminines foi publicado pela Librairie Les Pas Perdus, em Paris, em apenas 50 exemplares numerados, em formato 33,5 x 25,5 cm. Depois disso, houve uma reedição que faz parte do volume Écrits d’une femme surréaliste, organizado por Georgiana Colvile (Éditions Joëlle Losfeld, 2001), que reúne a obra de Valentine Penrose. O volume, porém, mede 15 cm x 22 cm, e isso prejudica a apreciação das colagens, que tiveram suas dimensões reduzidas. Apresento aqui alguns dos poemas em versão trilíngue (com tradução minha do francês para o português) com suas colagens, fazendo votos para que Dons des féminines seja reeditada em solo brasileiro, em francês, inglês e português, com notas acerca das diferenças em cada idioma e no formato original, para que as colagens possam ser devidamente apreciadas.




ree


ree



ree


ree






ree

Ana Cláudia Romano Ribeiro escreve, pesquisa, desenha, dá aula, performa. Tudo queer.

Publicou o livro de poemas Ave, semente (Editacuja, 2021), a tradução com introdução e notas da utopia francesa A terra austral conhecida (1676) de Gabriel de Foigny (editora da Unicamp, 2011) e coeditou a revista Morus – Utopia e Renascimento. Atualmente está no prelo sua tradução com introdução e notas da Utopia (1516) de Thomas More (editora da UFPR). Traduziu também os aforismos poéticos Poteaux d’angles (Pilares de canto), de Henri Michaux, e, em projeto coletivo, a peça de teatro Le bleu de l’île (O azul da ilha), de Évelyne Trouillot. Ilustrou A princesa que conseguiu virar moça comum e As cinco Franciscas de Deise Abreu Pacheco (inéditos).







A #poesiaqueer faz parte de nosso projeto de curadorias temáticas, onde convidamos escritoras(es), tradutoras(es) e pesquisadoras(es), para indicar e refletir sobre questões do fazer literário em nossos dias. Confira outras das iniciativas em nosso blog!



 
 
 

Comentários


  • Instagram - Black Circle
  • Facebook - Black Circle
  • LinkedIn - Black Circle
  • Spotify - Black Circle

Boletim d'A Capi

curso de escrita

Inscreva-se para receber nossa newsletter e fique por dentro das novidades sobre os nossos eventos

obrigada pelo envio!

A Capivara Instituto Cultural • CNPJ: 53.271.762/0001-99 • Av. Angélica, 2447, 18ºandar, CEP: 01227-200 • Whatsapp: (11) 93250-8471  • Consulte a nossa agenda de eventos online

bottom of page