Não é difícil afirmar que Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) é o poeta mais influente da história da poesia germanófona.
O terceiro texto que trago como curador da #tradução&poesia é “Fünfte römische Elegie” (“Quinta Elegia Romana”), poema em dísticos elegíacos não rimados que integra a obra Römische Elegien (Elegias Romanas) de Goethe. É um dos poemas mais célebres do autor.
Escrita entre 1788 e 1790, quando Goethe já tinha 39 anos e já gozava de certo reconhecimento literário, Römische Elegien marca uma virada na produção poética do autor às grandes estruturas métricas latinas antigas. A obra representa uma espécie de aporia: às portas da Revolução Francesa (1789) e de todas as convulsões histórico-políticas da modernidade, o Eu articulado nas elegias se vira para o mármore estático e extático da antiguidade romana – vira-se, mas, ouso dizer, não o alcança e nem poderia alcançá-lo, preso como está à modernidade a partir da qual lê os antigos e vê duas cidades de Roma (a antiga – imaginada – e a moderna).
#tradução&poesia
MATHEUS GUMÉNIN BARRETO é poeta e tradutor mato-grossense. É autor dos livros de poemas A máquina de carregar nadas (7Letras, 2017), Poemas em torno do chão & Primeiros poemas (Carlini & Caniato, 2018), Mesmo que seja noite (Corsário-Satã, 2020) e História natural da febre (Corsário-Satã, 2022). Doutorando da USP, da Universidade de Leipzig e da Universidade de Salzburg na área de Língua e Literatura Alemãs – subárea tradução –, estudou também na Universidade de Heidelberg. Teve poemas seus traduzidos para o inglês, o espanhol, o alemão, o catalão e o italiano; e publicados em revistas ou antologias no Brasil, na Espanha, no México, em Portugal e nos EUA. Integrou o Printemps Littéraire Brésilien 2018 (França e Bélgica – Universidade Sorbonne) e a Giornata mondiale della poesia 2022 (Itália – Universidade de Roma). Publicou em periódicos ou em livros traduções de Bertolt Brecht, Ingeborg Bachmann, Johannes Bobrowski, Nelly Sachs, Paul Celan, Peter Waterhouse, Rainer Maria Rilke e outros.
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