CENA EM PROSA: Escrever o tempo com Caio Fernando Abreu, com Deise Abreu Pacheco
Datas: 05, 12, 19 e 26 de maio (segundas-feiras) Horário: 19h30 às 21h30
Informações
05 de mai. de 2025, 19:30 – 26 de mai. de 2025, 21:30
Transmissão via Zoom
Sobre
Oficina voltada a práticas em escrita criativa, tendo por princípio a noção de cena, enquanto expediente estético e pedagógico constituído por três dimensões centrais: a espacialidade, a temporalidade e o acontecimento.
Com enfoque na dimensão processual e formativa da escrita, a cada semestre será oferecido um módulo inédito, com a apresentação de novas perspectivas de práticas de escrita associadas ao recorte temático proposto, sempre a partir do diálogo com obras literárias em prosa (romance, conto, crônica, novela, etc.).
As aulas adotam uma abordagem expositiva e dialógica, com o desenvolvimento de exercícios a partir de referências situacionais específicas (onde, o que, quem e quando), estabelecendo um solo consistente e prazeroso, que estimule o processo de criação dos participantes.
Primeiro semestre: Escrever o tempo com Caio Fernando Abreu
Neste primeiro semestre, enfocaremos a noção de tempo a partir de uma investigação da escrita literária no âmbito da criação de atmosferas e de retratos geracionais, em diálogo com uma das obras mais representativas da literatura contemporânea brasileira, o livro Morangos Mofados, de Caio Fernando Abreu (1948-1996).
Publicada originalmente em 1982, Morangos Mofados, a obra mais conhecida do autor gaúcho, é formada por três partes: O Mofo, Os Morangos e Morangos Mofados, somando o total de dezoito contos. Nas palavras de Heloísa Teixeira [Heloísa Buarque de Holanda]: “Morangos Mofados não deixa de revelar uma enorme perplexidade diante da falência de um sonho e da certeza de que é fundamental encontrar uma saída capaz de absorver, agora sem a antiga fé, a riqueza de toda essa experiência” (texto publicado no Jornal do Brasil em 24 e 31/10/1982). É precisamente sobre as feridas existenciais relativas a essas expectativas, em seus fracassos, mas também no fulcro pulsante dos seus desejos, que a emergência da linguagem de Caio se estabelece, investindo em uma escrita vertiginosa que explora as ambiguidades de tais contrastes.
Assim, espera-se que xs participantes desta oficina ampliem seu horizonte literário e exercitem suas habilidades no campo da escrita, tendo em vista uma articulação sensível e imaginativa entre narratividade e construção temporal, formas de subjetivação e atmosferas, pondo em crise aspectos histórico-geracionais por via do enfrentamento de valores normativos e hegemônicos no âmbito estético e cultural.
>> As aulas serão gravadas, você pode ver e rever quantas vezes quiser.
>> Emitimos certificado de participação.
Destinado a todas as pessoas interessadas em práticas em escrita criativa e leitura de obras literárias em prosa. Pré-requisito: idade mínima 18 anos. Não é obrigatória a leitura prévia do livro “Morangos Mofados” para participar da oficina.
Deise Abreu Pacheco é doutora (FAPESP/Capes) em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), com estágio de pesquisa doutoral em Filosofia no Søren Kierkegaard Research Centre (SKC), da Universidade de Copenhague (Dinamarca, 2015). Possui graduação em Direção Teatral e mestrado em Pedagogia das Artes Cênicas (ECA/USP), em que investiga processos de criação nas peças didáticas de Bertolt Brecht. Ministra n'A Capivara Cultural a série de cursos Cena em prosa: a escrita como processo. Integrou o corpo docente do programa de Pós-Graduação em Escrita Criativa da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP, 2018-19), ministrando a disciplina “Elementos de Ficção”. No campo literário, é autora do livro de tirinhas A vida de Deise (Tomo I), pela Hucitec Editora (2022), em parceria com a poeta, tradutora e professora de literatura de expressão francesa Ana Cláudia Romano Ribeiro, com que também é casada. É autora do romance LGBTQIA+ intitulado "Começando Albertina (nossa vida no armário nos anos 90)", lançado pela editora Editacuja em 2023. Atualmente, desenvolve pesquisa de pós-doutorado no Departamento de Letras, da Escola de Filosofia e Ciências Humanas (EFLCH), da UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP).
>> Os valores de contribuição tem um caráter de doação e serão usados para financiar os projetos d'A Capivara Instituto Cultural.
Contribuições
Bolsa Social
Destinado a estudantes de graduação e pós, bolsistas CAPES/CNPq e pessoas em situação de vulnerabilidade social, por questões de raça, gênero, orientação sexual, outras. (*Vagas Limitadas)
R$ 180,00Contribuição Tô dura
Essa doação nos possibilita manter A Capivara Instituto Cultural em operação.
R$ 300,00Contribuição Tô podendo
Esse tipo de doação nos ajuda a manter o programa de bolsas para as pessoas em situação de vulnerabilidade.
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