Anne Sexton e Sylvia Plath: construindo uma literatura confessional, com Mariana Basílio

Este curso faz parte da nossa parceria com o Centro Cultural Astrolabio. 

Anne Sexton (1928 – 1974) e Sylvia Plath (1932 – 1963) são duas das mais celebradas escritoras norte-americanas do século XX. Além de contemporâneas e amigas – adoravam sair para beber e conversar sobre suas existências –, escreviam quase sempre sobre os mesmos temas: a depressão e as tentativas de suicídio, detalhes da própria vida pessoal, filhos, questionamentos sobre o ser e o ter, entre outras temáticas feministas e intimistas. Assim como Anne Sexton, Sylvia Plath é considerada uma das principais vozes da chamada "poesia confessional" norte-americana, a qual procurava traduzir a intimidade e as angústias da vida, a condição da depressão e os principais dilemas da existência enquanto máscara social.

O curso Anne Sexton e Sylvia Plath – construindo uma literatura confessional propõe discutir a produção literária em prosa e poemas dessas duas autoras, a partir dos limites emocionais, ampliando e aprofundando as experiências pessoais (de cada um de nós), para além das margens da cultura e dos diagnósticos médicos. Outros autores e autoras também serão lidos nas aulas, tais como, Ted Hughes, Robert Lowell, Allen Ginsberg, George Starbuck, Alejandra Pizarnik e Ana Cristina Cesar.

Em quatro encontros, este curso aborda teoria e prática, a partir da análise do papel da história pessoal na produção poética e diarística, bem como propõe exercícios de escrita criativa de narrativas breves (contos/poemas), a partir de alguns dos temas mais comuns em Anne Sexton e Sylvia Plath, além de refletir sobre a produção poética enquanto possibilidade de superação e emancipação dos diagnósticos: escrever para salvar e conduzir através da palavra.

Serão fornecidas aos alunos e alunas traduções dos textos das(os) escritoras(es), realizadas pela professora, além de textos já disponíveis em revistas eletrônicas e nos meios acadêmicos. Os participantes que desejarem também receberão uma devolutiva por escrito da professora sobre o exercício entregue, no prazo de 30 dias.

As aulas são gravadas, para você ver e rever quantas vezes quiser.

Aula 1 – A literatura e o constructo da poesia confessional: motivos, intervenções e realizações como um movimento precursor do século XX. Apresentação das vidas e obras de Anne Sexton e Sylvia Plath.

Aula 2 – “Sou a flecha” (Sylvia Plath), pois “Meu negócio são as palavras” (Anne Sexton): a partir dessas metáforas versais, análise de linguagem e imagem (Mikhail Bakhtin; Robert Ott; Octavio Paz) das autoras. Início das leituras. Seleções de leitura de Anne Sexton.

Aula 3  – O impacto do livro “Life Studies” (Estudos da Vida), de Robert Lowell, na poesia confessional e na produção de Plath e Sexton. Seleções de leituras de Sylvia Plath. Proposta de exercícios pela professora, focada na elaboração de narrativas breves (contos ou poemas), para criação literária confessional do(a)s participantes do curso.

Aula 4 – Papéis filosófico e político da poiesis? Leituras do ensaio "Poetry as confession" (Poesia como confissão) de Macha Rosenthal, pela via-crúcis literária: nossa expressão para uma saúde íntima-emancipatória e coletiva. Vozes confessionais relacionando-se.

Público-alvo: interessadas/os em literatura em geral, seja prosa ou poesia, e em processos de escrita, estudantes, professores, escritores em formação. Não há pré-requisitos.

Mariana Basílio (1989, Bauru – São Paulo). Mestra em Educação (Unesp), escreve, media e traduz. Autora de Nepente (2015), Sombras & Luzes (2016), Tríptico Vital (2018, premiado com o Programa de Ação Cultural da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo – ProAC 2017, finalista da Residência Literária Sesc 2018), Mácula (2020, premiado com o ProAC 2019 e Programa Minha Biblioteca 2021) e Pangeia: A Etimologia do Ser (2020, vencedor do Prêmio Biblioteca Digital – Biblioteca Pública do Paraná). Entre publicações nacionais e internacionais, em revistas e outros meios, participa de antologias como As Mulheres Poetas na Literatura Brasileira (Poesia. Org.: Rubens Jardim. Arribaçã, 2021) e Geração 2010: O Sertão é o Mundo (Conto. Org.: Fred Di Giacomo. Reformatório, 2021). Em dezembro de 2020, recebeu o “Prêmio Por Histórico de Realização Em Literatura” (ProAC/Expresso) por A Revolução das Rosas (2023).